O luto, como um sentimento em reação a uma perda significativa advém da conjunção de ao menos dois dos aspectos enumerados por Freud como fonte do incontornável mal-estar que atinge a humanidade: a fragilidade dos corpos, destinados à finitude e as relações entre os seres: é porque amamos, e amamos seres mortais que sofremos tanto quando perdemos alguém. Apesar de universal, o luto é vivido segundo marcadores históricos, sociais e pessoais. O processo singular que um sujeito inicia a partir do momento em que é confrontado com a ausência definitiva de um ente querido pode ser de grande sofrimento e inibição do desejo, mas pode também conduzir a ressignificações da própria história e posição subjetiva.
Freud, em seu tempo, julgou que esse processo se realizava com certa autonomia, dispensando intervenções. No entanto, assim como aprendemos a não recuar diante da psicose (também excluída por Freud do campo de tratamento da psicanálise), não recuamos diante de tão delicada transição, sobretudo quando para estar à altura das demandas de nossa época precisamos acompanhar sucessivamente e numa escala ascendente o enfrentamento de perdas devido á pandemia de Coronavirus.
Neste curso vamos analisar como a psicanálise vem tratando o tema do luto e como pode acolher o sujeito em sofrimento em seu percurso solitário, mas não desamparado, de reconstrução após uma perda significativa. Propomos uma revisão do modelo freudiano do luto, sua fina descrição e acrescentamos contribuições posteriores da psicanálise para pensar o luto como um trabalho psíquico marcado por uma temporalidade particular e por operações lógicas nos moldes de uma nova ação psíquica, atentando para os efeitos sobre o narcisismo originário e a fantasia. Pensando o lugar do analista nesse tratamento que pode ser uma porta de entrada de uma análise, levantamos algumas ferramentas teóricas que a psicanálise nos oferece para apostar na subsistência da condição desejante do sujeito, mesmo arrebatado pela dor da perda.
Psicólogos, psicanalistas, pedagogos, e alunos de graduação que estejam atuando, ou em formação para atuar na clínica com crianças, adolescentes, adultos ou idosos.
Doutoranda e Mestre em Psicologia UFF
Licenciada em Letras UFES
Psicóloga clínica
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